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Opinião

A violência é filha legitima da sociedade de consumo

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Pessoa contando cédulas de dinheiro
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O consumo tornou-se um imperativo na sociedade atual. Criou-se todo um aparato para que a economia de mercado consiga progredir desenfreadamente por intermédio do consumo irracional e as consequências negativas são inúmeras para os ecossistemas natural e social. Vai muito além do que o pensador judeu/alemão Karl Marx observou em sua época, um simples fetiche pelo consumo.

O mercado criou uma obsessão pelas marcas, levando o cidadão a deixar de consumir o produto em si, mas o seu apelo provocador, criando a sensação de felicidade, poder e pertencimento. O consumo de bens de luxo sempre foi sinônimo de status, mas, os estímulos provocados pelo marketing vêm disseminando uma ideia vaga de inclusão no topo da pirâmide
social.

Essa imposição de diferencial definido apenas por um padrão já contaminou também os bens de primeira necessidade, ao atrelar o produto a selos dotados de uma carga simbólica de superioridade, apenas para enganar o consumidor.

O ser humano passou a ser tratado como uma mercadoria pelo sistema capitalista predatório, sendo descartado mediante a queda no poder de compra. Uma correlação complexa, mas deve ser debatida a exaustão na sociedade atual, justamente por destruir pilares sólidos que sustentam a convivência coletiva. Os estudos do Filosofo Polonês de origem judaica Zygmunt Bauman demonstra essa contrarrevolução das relações humanas, classificada por ele como modernidade líquida, nessa lógica, o sujeito é aquilo que ele consome.

Os avanços das tecnologias da informação vêm provocando uma revolução no comportamento das massas, a velocidade das informações tem provocado um imediatismo em tudo, inclusive na logica da acumulação de capital e essa busca urgente por protagonismo breve vai devorando os valores que mantem a sociedade em equilíbrio constante. A busca por conquistas materiais levam as pessoas a acreditar em milagres da multiplicação no mercado financeiro, adquirem produtos com origem duvidosa, jovens são recrutados pelo crime organizados com a esperança de que vão conquistar o padrão ostentação.

Esse modelo de prosperidade é predatório, pois ao expor casos raros de sucesso, além de camuflam o horror da decepção, empurra uma manada de sonhadores para o caos e a violência nos seus diversos tipos tem a origem nessa coisificação da vida, é o “Deus Mercado” negociando nossas almas.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.

Opinião

O impacto do rombo fiscal no déficit da balança de pagamentos do Brasil

Artigo escrito por Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP).

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O déficit fiscal do setor público brasileiro, além de pressionar a inflação, dificultar a redução das taxas de juros, suscitando uma política monetária contracionista, e afetar o poder de investimento do Estado, tem outro efeito colateral grave: o saldo negativo do balanço de pagamentos em 2024, apesar do expressivo superávit comercial no período. O rombo impõe a necessidade de financiar…

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Opinião

A insegurança da mudança

Artigo por Elton Monteiro, empreendedor, mentor, investidor e especialista em IA. Mais de 20 anos de experiência em tecnologia e inovação.

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Toda grande mudança assusta. Sempre foi assim. Quando a Revolução Industrial trocou a força de trabalho manual por máquinas, muitos temeram pelo fim dos empregos. Quando os computadores chegaram aos escritórios, houve pânico – quem precisaria de tanta tecnologia? Depois veio a internet, que prometia revolucionar a comunicação, mas também trouxe receios sobre privacidade, controle e o desconhecido. Agora, estamos…

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