Em um mês, SAMU atende mais de 1,7 mil solicitações em Jundiaí

A equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Jundiaí notou que, em março deste ano, as ligações dos usuários do serviço superaram os atendimentos em comparação com outros meses. Somente em março, foram 1.705 atendimentos direcionados aos profissionais, com uma média diária de 55 ligações. São 415 a mais que em fevereiro e 306 a mais que março de 2020.

“Diante da pandemia da Covid, muitas pessoas com sintomas suspeitos acionam o serviço e a partir do trabalho da equipe médica é possível orientar de forma adequada e segura cada pessoa, como por exemplo, sintomas gripais leves, em que não se recomenda a ida ao hospital, mas o isolamento social”, explica o médico coordenador do SAMU, Mário Jorge Kodama. Ele ressalta ainda que cerca de 50% dos chamados foram solucionados nem a necessidade de ir ao hospital, o que contribui para reduzir a alta demanda hospitalar na cidade.

Quando a equipe vai atender ocorrências suspeitas de Covid, a paramentação é obrigatória para todos os profissionais, que vestem macacão e botas de cano longo, além de aventais impermeáveis, touca, luvas, máscara de proteção tipo N95 ou PFF2, óculos e face shield. “O paciente também é orientado a estar usando máscara de proteção”, garante Mário. Quando o paciente necessita ser levado para o hospital, a unidade móvel passa por uma completa higienização ao retornar para a Base.

Em Jundiaí, a equipe é formada por 112 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, condutores socorristas e setores administrativos. O serviço é ininterrupto, 24 horas por dia, sete dias por semana.

Mudança de perfil

Além dos acionamentos relacionados aos sintomas de gripe, a equipe notou mudança no perfil de quem busca o auxílio do SAMU. “Percebemos um aumento no número de pessoas com demandas psiquiátricas, como quadros depressivos, crises de ansiedade, agitação psicomotora e tentativa de autoextermínio”, diz o médico.  Além dos casos de violência e acidentes, que também possuem grandes demandas.

Mário Jorge Kodama acredita que todos os quadros têm relação com a pandemia, “uma vez que as pessoas estão preocupadas, alguns perderam empregos, há mais discussões em família e uma grande instabilidade emocional e econômica”.

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