O IBGE demonstra que o êxodo continua rumo as grandes cidades
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Opinião

O IBGE demonstra que o êxodo continua rumo as grandes cidades

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Foto: Divulgação

Uma cidade grande no Brasil é um pacote completo, oferece qualidade de vida aos seus habitantes e junto vêm os problemas oriundos das relações humanas. Os deslocamentos de pessoas para os grandes centros em busca de oportunidades de sobrevivência e bem estar aumentam a pressão sobre os serviços públicos e privados e estimulam a formação de setores correlatos e de apoio provocando uma espiral. Esses movimentos têm formado grandes concentrações urbanas no país e o êxodo continua principalmente por falta de opções de progressos nas regiões menos favorecidas de infraestrutura social e em alguns casos de fatores naturais que estimulam desenvolvimento de atividades correspondentes.

Os avanços nos meios de transportes e comunicações são fatores que vão continuar favorecendo o aumento da densidade demográfica em torno das grandes cidades, mesmo porque muitas atividades serão exercidas de forma remota, e com a facilidade de mobilidade permite aos trabalhadores fazer deslocamentos em massa por grandes distâncias. A infraestrutura social passa a ser um fator decisivo para a qualidade de vida, pois as condições da demanda estimula a oferta de serviços privados segmentados, diminuindo a pressão sobre o setor público, o qual somente terá eficiência com planejamento permanente, como aplicado em algumas cidades no Brasil, onde a maioria está concentrada no sudeste.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 40% dos habitantes do país estão concentradas em apenas três estados. Sendo o Estado de São Paulo, o mais populoso com mais de um quinto da população do território e os altos índices de desenvolvimento humano (IDH), principalmente no entorno de uma dezena de regiões metropolitanas que a poderosa unidade federativa concentra. Tal premissa sustenta que a qualidade de vida na sociedade moderna tem correlação com o tamanho da população da região. O mesmo indicador não se repete nas cidades menores do território paulista desacopladas dos grandes centros.

Outro dado importante que o relatório do Instituto apontou foi movimento de pessoas rumo a sete cidades brasileiras que registraram um aumento populacional acima de 40% nos últimos 12 anos e superaram a marca dos 100 mil habitantes. Com exceção de Luís Eduardo Magalhães no oeste da Bahia, que foi beneficiada pelos avanços da fronteira da produção agrícola, as demais estão na órbita de grandes centros urbanos. Essa dinâmica em breve poderá levar a sociedade a exigir mudanças na organização politica, como a redução na quantidade de municípios o que diminuir custos administrativos e melhorar a ocupação espacial.  

O Censo também mostra um dado importante para melhorar a organização social e politica do Brasil, pois 44,8% dos municípios tem população de até 10 mil habitantes, ou seja, essa enorme quantidade de cidades mora o equivalente a população da cidade de São Paulo, e para administrar a Constituição Federal de 1988 no artigo 29 impõe que é necessário, 22.500 vereadores e 2500 prefeitos remunerados, para administrar orçamentos pequenos. Uma discrepância se comparada com a capital paulista que tem apenas um prefeito eleito e 55 vereadores para gerir o terceiro maior orçamento da União. Essas disparidades somente serão corrigidas com a conscientização da sociedade sobre a necessidade racionalizar recursos públicos escassos, elementares para o desenvolvimento social e econômico da Nação. Avante Brasil!

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí. Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.

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