A causa da inflação global é o consumo interno da China
Conecte-se conosco

Opinião

A causa da inflação global é o consumo interno da China

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor.

Publicado

em

Atualizado há

Os economistas ocidentais apontam os milagres de seus modelos de equilíbrio (Foto: @alinabuzunova via Twenty20)

O mundo está enfrentando uma crise de oferta de bens e serviços, com efeitos no rompimento dos elos nas cadeias de suprimentos globalizadas. A pandemia acelerou o processo e o conflito entre Rússia e Ucrânia consolidou, entretanto tal situação já estava com suas bases fundamentadas na mudança da politica comercial da potência econômica asiática, a qual está deixando de abastecer os mercados externos, devido ao aumento de rendas de sua imensa população. Uma ambiciosa meta do Partido Comunista Chinês veio com a aprovação do 14º plano econômico de cinco anos da China, referente ao período de 2021 a 2025, e de um projeto de desenvolvimento até 2035, o qual tem como objetivo dobrar o tamanho da classe média, triplicando a renda.

Os economistas ocidentais apontam os milagres de seus modelos de equilíbrio das economias por estabilizar os mercados que ostentavam hiperinflação no final do século passado e omitem a importância da China como a grande ofertante de bens e serviços para todas as praças do mundo, o que permitiu a estabilidade nas economias desajustadas e até alcançando algum grau de desenvolvimento do mercado interno devido à queda na pressão em suas estruturas produtivas para atender a demanda externa. As bases do Plano Real no Brasil não foram diferentes dos adotados por governos anteriores. O sucesso veio na esteira da conjuntura global com a entrada da China ofertando bens e serviços e reorganizando as cadeias de fornecimento em torno do seu imenso e moderno parque produtivo.

As economias ricas vão se ajustar a essas novas realidades e apertar a oferta de países menores como estratégia para garantir o abastecimento de seus mercados. As nações da periferia capitalista carentes de lideranças comprometidas com os interesses de seus habitantes, direcionam os orçamentos para favorecer os oligarcas locais que geralmente são exportadores de commodities e não produzem para abastecer a economia domestica. A pobreza e a falta de estímulos à inovação e distribuição de rendas formam as bases para a instabilidade macroeconômica, somando a isso a carência de planos econômicos pautados na proteção dos agentes econômicos e no aumento da produtividade dos fatores de produção.

Uma mudança nesse ambiente em médio prazo somente será possível com o surgimento de um novo grande centro de produção e distribuição global capaz de atender a crescente demanda por bens de consumo, mesmo porque a China e sua periferia estão produzindo para abastecer os seus mercados domésticos em constante crescimento da demanda. É evidente que essa nova fronteira de produção já causou uma ebulição na produção de commodities e de bens intermediários no planeta. Agora como grande centro de demanda de bens de consumo já está desorganizando a produção global e levando as nações poderosas a reagirem com rigor para evitar um colapso em suas estruturas internas. Estados Unidos e Comunidade Econômica Europeia estão revisando tratados até com inimigos declarados, deixando claro que nesse momento os fins justificam os meios.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

Opinião

Os efeitos da escravidão promovida pelos colonizadores continuam impedindo o avanço da economia brasileira

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

Publicado

em

Por

Foto: Canva

O Brasil em pleno século XXI ainda enfrenta distorções na economia e desigualdade social por causa do longo período escravocrata e pela maneira como ocorreu o processo de abolição. As deformações na economia brasileira foram criadas a partir do momento em que a escravidão foi mantida, pois era a base do sistema legal desprezando o capitalismo como sistema de organização…

Continuar lendo

Opinião

Lula festeja o crescimento da economia e o povo ainda não

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

Publicado

em

Por

Presidente Lula
Foto: José Cruz/Agência Brasil

As projeções para a economia brasileira são positivas e o governo aproveita para promover as suas conquistas dando publicidade para a posição do Brasil no ranking das maiores economias global, e com isso vai camuflando o problema endêmico da distribuição de rendas. O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024…

Continuar lendo

Opinião

Elon Musk ataca a democracia no Brasil, tentando barrar a BYD e amenizar sua agonia

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

Publicado

em

Por

Elon Musk
Foto: Reprodução/Youtube

O ambicioso, controverso, arrogante e polêmico bilionário sul africano Elon Musk, em uma entrevista à Bloomberg em 2011, caiu na gargalhada quando o repórter sugeriu a BYD como possível rival da gigante Tesla no setor de veículos elétricos. Musk respondeu com empáfia, perguntando se alguém já tinha visto um carro da marca chinesa, subestimando qualquer possibilidade de algum terráqueo superar…

Continuar lendo

Opinião

Decisão do STF sobre retroatividade de impostos agrava a insegurança jurídica

Artigo escrito por Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)

Publicado

em

Por

Rafael Cervone é presidente do CIESP. Foto: CIESP/Divulgação

É absurda e danosa à economia a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a cobrança retroativa de impostos não recolhidos no passado em razão de sentenças judiciais definitivas ganhas pelas empresas. Estas terão de despender agora expressivo volume de dinheiro com uma inesperada despesa, para arcar com algo que a própria Justiça havia estabelecido como indevido. É uma…

Continuar lendo

Opinião

‘Policiais são, talvez, os profissionais mais fiscalizados e não saem às ruas para cometer excessos’, diz especialista

Opinião de André Santos Pereira, Presidente da ADPESP, Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo

Publicado

em

Por

Policiais Militares de SP
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O governo de São Paulo planeja lançar, até maio, um edital para a aquisição de 3.125 câmeras corporais portáteis para a Polícia Militar, visando incorporar tecnologias avançadas e melhorar a segurança pública. O anúncio vem após críticas direcionadas à Secretaria de Segurança Pública sobre possíveis abusos cometidos em operações da PM no litoral de SP. A Operação Verão terminou nesta…

Continuar lendo
Publicidade