As crises econômicas e suas particularidades
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Opinião

As crises econômicas e suas particularidades

Artigo de Opinião por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor.

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Moedas brasileiras
Foto: user3802032/Freepik

Os formadores de opinião no Brasil procuram confundir a opinião pública fazendo comparações das sequelas das crises nas economias. A confusão é tamanha que estimula as pessoas comuns a discutirem no dia a dia sobre problemas complexos da ciência econômica, como: inflação, taxa de juros, desemprego, riqueza nacional, câmbio, comercio internacional e até o xadrez geopolítico global. Utilizam-se dessas narrativas para esconder as realidades locais e as redes sociais é um campo fértil para essas generalizações absurdas e irresponsáveis.

Os meios de comunicação apenas informam sobre a existência desses fenômenos econômicos nos países, mas não se preocupam em esclarecer que apenas os significados das palavras são congêneres. Cada mercado é um organismo diferente e essas patologias econômicas são menos nocivas em algumas estruturas. As causas podem até serem as mesmas, mas os efeitos são diferentes, devido principalmente a alguns privilégios que muitos sistemas adquiriram por adotar ações preventivas permanentes.

Analisando os dados de desemprego na economia brasileira e nos Estados Unidos é correto afirmar que ambas teve recuperação no nível de emprego, mas com características muito diferentes, por lá os novos empregados tiveram elevação na renda e por aqui uma retração brusca. Esse fator é um dos exemplos das diferenças nos fundamentos.

O Banco Central brasileiro está aumentando a taxa de juros para conter o avanço da inflação, esse remédio somente tem efeito em economias com elevada capacidade de demanda o que não é o caso do Brasil. Na mesma direção o Federal Reserve está usando o mesmo mecanismo, é assertivo diante da elevação da renda da sociedade norte americana. Portanto fica evidente como as discrepâncias.

Outro fator que deve ter cuidado ao fazer comparativo é o aumento de preços generalizados nas economias. Nesse caso a inflação em países ricos é apenas um ajuste e obriga as empresas a buscar inovação e aumento de produtividade para disputar os consumidores ávidos por novidades. Ao contrario ocorre em economias pobres, pois a renda dos empregados é utilizada para a subsistência e a dependência do Estado passa a ser uma lógica.

Um país com mercado interno incapaz de absorver a produção domestica é um cenário ideal para práticas anticapitalistas como o protecionismo e o subsídio sem contrapartidas. E faz brotar até os salvadores da pátria fazendo uso da demagogia com aplicação de planos econômicos mirabolantes com impactos positivos em curto prazo e consequências avassaladoras no futuro.

“Nós sempre fomos e sempre seremos uma nação AAA. Temos as melhores universidades, as melhores empresas e os mais inventivos empreendedores”. Barack Obama Ex-presidente do EUA.

Everton Araújo, é brasileiro, economista e professor

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

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Os efeitos da escravidão promovida pelos colonizadores continuam impedindo o avanço da economia brasileira

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Foto: Canva

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Opinião

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Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Elon Musk
Foto: Reprodução/Youtube

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Opinião

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Rafael Cervone é presidente do CIESP. Foto: CIESP/Divulgação

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