Bolsonaro esquece os bilionários e vai taxar a classe média
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Opinião

Bolsonaro esquece os bilionários e vai taxar a classe média

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Presidente Jair Bolsonaro
Foto: Reprodução/Agência Brasil

A Revista Forbes publicou a lista dos bilionários brasileiros. O ranking deste ano tem 290 nomes. Para estar entre os dez mais ricos, é preciso ter acumulado mais que R$ 22 bilhões. Nessa lista top 10, a família Batista do setor de alimentos, se apresenta entre os mais ricos com R$ 45 bilhões. Os quatro sócios de uma famosa cervejaria tem uma fortuna de R$ 185 bilhões, enquanto os dois herdeiros do banco Safra estão nesta relação com R$ 77 bilhões.

Completa o top 10, o brasileiro sócio do Facebook com uma fábula de R$ 52 bilhões, André Esteves, sócio do atual ministro da economia com a posse de 30 bilhões de reais e fecha o quadro dos poderosos capitalistas o polêmico Luciano Hang com R$ 22,5 bilhões. Essa dezena de empresários tem acumulado aproximadamente 5% do Produto Interno Bruto do Brasil, é lamentável que nesse grupo apenas um seja inventor, os demais exploram atividades, as quais apesar de gerar empregos pouco acrescentam no desenvolvimento econômico e social do país.

Ao comparar com seus pares nos Estados Unidos, em um conjunto dos vinte mais ricos, quase todos são grandes inventores, logicamente sem exploração de mais valia. A composição da matriz de geração da riqueza em sociedades capitalistas determina principalmente, a distribuição de rendas dada a demanda por capital humano, a tributação justa dos ganhos, uma massa salarial com elevada propensão a poupar, um Estado regulador e a oferta de bens e serviços na economia doméstica estimulada por uma demanda efetiva garantida pela estabilidade da economia.

No gigante da América do Norte é necessário somar o capital das 400 pessoas mais ricas para chegar a 5% do Produto Interno Bruto, é sabido que essa turma é tributada com alíquotas acima de 35% e uma vez deixando heranças passará pelo crivo dos Órgãos Fiscais. Entretanto no Brasil com uma concentração de rendas absurda proveniente da exploração dos recursos fartos, subsídios do Estado protetor e uma classe média sacrificada com a privatização dos serviços públicos essenciais e induzida pela esperança de prosperidade e pertencimento, essa é uma das barreiras para a sociedade progredir.

O Presidente Jair Bolsonaro em sua Live semanal, já adiantou que não vai taxar as grandes fortunas para garantir a esmola ao exército de pobres e mantê-los na dependência permanente, os quais podem garantir anos de privilégios ao seu grupo politico. A pancada será na classe media alta que abrangem pequenos e médios empresários e também profissionais liberais. O Chefe da Nação deixa claro que bajular os grandes empresários é o seu compromisso e dessa forma manter intacta a seleção da Forbes dos abonados, E crível que boa parte do empresariado brasileiro não carece de um Chefe de Estado alinhado com seus interesses e sim, um social democrata pronto para construir uma Nação justa e próspera.

Um dos grandes problemas da nossa economia é a dependência externa. Não produz bens de capital, basta analisar a cadeia da agroindústria, só é nacional o espaço geográfico e alguns empresários. O Brasil até se destaca como uma potência produtora de bens primários, os quais deveriam sofrer algum beneficiamento por aqui e exportar o excedente, como está fazendo a China moderna.

Informo que a China é o maior produtor e importador de bens primários do mundo e já ocupa espaços também na vanguarda de muitas tecnologias demandadas pela humanidade, pois entendeu que a independência somente é possível com o domínio da ciência, desenvolvendo bens e serviços competitivos e um mercado interno pujante. O Brasil não pode continuar servindo como reserva de mercado e fornecedor de commodities aos países desenvolvidos. Esse modelo é vital para quem explora esses setores e pouco interessa a essa oligarquia investir em ciência e tecnologia, pois pode vir a ser uma barreira para a servidão.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.

Opinião

Planejar a cidade

Artigo por Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí

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Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí
Foto: Arquivo pessoal

Ao construirmos uma casa, necessitamos de planejamento e fundações sólidas. Assim também funciona com uma cidade: não há espaço para projetos desorientados, baseados em proposições meramente empíricas e desprovidas de sustentação orçamentária, sem unidade estratégica. O governador Mário Covas dizia que governar exige dizer sim, mas também dizer não. Acrescento que o que se diz, na prática, deve reverberar os…

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Os efeitos da escravidão promovida pelos colonizadores continuam impedindo o avanço da economia brasileira

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Foto: Canva

O Brasil em pleno século XXI ainda enfrenta distorções na economia e desigualdade social por causa do longo período escravocrata e pela maneira como ocorreu o processo de abolição. As deformações na economia brasileira foram criadas a partir do momento em que a escravidão foi mantida, pois era a base do sistema legal desprezando o capitalismo como sistema de organização…

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Opinião

Lula festeja o crescimento da economia e o povo ainda não

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Presidente Lula
Foto: José Cruz/Agência Brasil

As projeções para a economia brasileira são positivas e o governo aproveita para promover as suas conquistas dando publicidade para a posição do Brasil no ranking das maiores economias global, e com isso vai camuflando o problema endêmico da distribuição de rendas. O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024…

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Opinião

Elon Musk ataca a democracia no Brasil, tentando barrar a BYD e amenizar sua agonia

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Elon Musk
Foto: Reprodução/Youtube

O ambicioso, controverso, arrogante e polêmico bilionário sul africano Elon Musk, em uma entrevista à Bloomberg em 2011, caiu na gargalhada quando o repórter sugeriu a BYD como possível rival da gigante Tesla no setor de veículos elétricos. Musk respondeu com empáfia, perguntando se alguém já tinha visto um carro da marca chinesa, subestimando qualquer possibilidade de algum terráqueo superar…

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Opinião

Decisão do STF sobre retroatividade de impostos agrava a insegurança jurídica

Artigo escrito por Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)

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Rafael Cervone é presidente do CIESP. Foto: CIESP/Divulgação

É absurda e danosa à economia a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a cobrança retroativa de impostos não recolhidos no passado em razão de sentenças judiciais definitivas ganhas pelas empresas. Estas terão de despender agora expressivo volume de dinheiro com uma inesperada despesa, para arcar com algo que a própria Justiça havia estabelecido como indevido. É uma…

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