Daqui a poucas semanas o povo brasileiro decidirá, de forma livre e democrática, a chefia do Poder Executivo nacional. Como foi constatado por observadores estrangeiros que acompanharam de perto o primeiro turno do pleito, temos um sistema eleitoral seguro, rápido e eficiente. Prova disso é que não houve, das partes envolvidas, nenhum questionamento do resultado.
Esse é, sem dúvida, um passo importante, na medida em que a lisura do processo chancela a autoridade do chefe do Poder Executivo eleito, que poderá realizar, com toda legitimidade, o seu projeto de governo.
A consolidação do regime democrático em nosso País é condição essencial para avançarmos como nação. Na verdade, podemos dizer que a Democracia é o instrumento que permite construir de forma sólida o nosso desenvolvimento.
Para termos sucesso é preciso, todavia, sanar a atual divisão desagregadora do povo brasileiro. Uma nação dividida, ainda mais de forma extremada, é, na realidade, disfuncional.
Os chamados homens e mulheres de boa vontade, as lideranças responsáveis, todos nós, independente de quem ganhar a disputa, devemos lutar pelo apaziguamento. Essa é, hoje, a exigência maior para nos tornarmos uma nação de sucesso.
Permitir a continuidade dessa divisão é um erro ainda maior quando sabemos, como mostram estudos recentes, que nosso País conta com uma série de vantagens, que estão à mão, carecendo apenas que saibamos aproveitar essas possibilidades.
Na economia, nosso País pode beneficiar-se do novo Mercado de Carbono e tornar-se uma potência verde global. Conforme mostra levantamento feito pela consultoria McKinsey (Estadão, 3 de outubro de 2022, página B2) o Brasil pode dominar 15% do mercado de carbono mundial. Até 2030 os empreendimentos nesse novo setor podem gerar cerca US$ 2 bilhões (aproximadamente R$ 10 bilhões).
Atualmente, várias empresas já estão se preparando para atender a essa nova demanda. E o que é ainda melhor: a Floresta Amazônica preservada, em razão da sua gigantesca capacidade de sequestrar carbono, poderá tornar-se uma das maiores fontes de riqueza do Brasil.
Na Educação e na Saúde, vertentes essenciais para o sucesso de uma nação, estamos dando passos rápidos em um fator chave: o saneamento básico. Basta ver que as regiões que não contam com saneamento são também aquelas com baixa performance na educação primária, uma vez que, sujeitas a contato com esgotos poluídos, as crianças são acometidas por infecções com maior frequência, o que retarda o aprendizado.
A razão para essa mudança deve-se ao Novo Marco do Saneamento – que aprovamos quando eu exercia o mandato de deputado federal -, regulando a participação da iniciativa privada no setor através de PPPs (Parcerias Público-Privada), como fizemos há mais de 20 anos em Jundiaí. Na época tivemos de enfrentar, por falta dessa nova legislação, uma verdadeira batalha jurídica para sua viabilização, mas vencemos e foi um passo decisivo para a transformação da nossa cidade nessas últimas décadas.
Os resultados do Novo Marco do Saneamento falam por si: sancionado em 2020, gerou, segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional, R$ 72,2 bilhões em investimentos no setor.
Por último, mas não em ordem de importância, nosso País tem de se preparar para enfrentar o desafio da nova economia mundial, consequência da chamada Quarta Revolução Industrial, que exige investimentos em Ciência e Tecnologia.
Nada disso será alcançado se nós persistirmos nesse jogo de paixões e continuarmos a alimentar essa divisão nefasta, que nos paralisa e terminará por nos fazer perder novamente, como aconteceu no início da Revolução Industrial, o bonde da História, quando, ao invés de avançar, retrocedemos.
Ao aprofundar a nossa divisão estamos aprofundando também o atoleiro que nos paralisa.
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