Na Jundiaí de 1930, bombas de gasolina ficavam nas esquinas
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Sextou com S de Saudade

Na Jundiaí de 1930, bombas de gasolina ficavam nas esquinas

Geralmente as bombas pertenciam a algum comércio próximo: você pagava e abastecia ali mesmo, na rua

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Tempo em que se podia abastecer os carros e caminhões sem a necessidade de um posto de combustíveis (Foto: Acervo Maurício Ferreira)

Você imagina o mundo, hoje, sem postos de combustíveis? A gente teve um exemplo claro disso quando houve a greve dos caminhoneiros, em 2018: ninguém conseguia abastecer e o país virou um caos, não é? Mas já houve uma época em que nem se pensava em ter estabelecimentos assim e a gasolina era vendida nas esquinas.

Nessas duas imagens que considero preciosidades, podemos ver em Jundiaí essa prática que, na atualidade, nos parece por demais estranha. No início dos anos 1930, foi feito o registro da praça Dr. Domingos Anastasio (Largo São José) e bem ali, do lado esquerdo, está a bomba de gasolina (foto abaixo).

Nesse local, atualmente, fica a divisão entre as ruas Rangel Pestana e Vigário JJ Rodrigues. O casarão com duas janelas na fachada pertencia ao senhor Alfredo Fronzaglia. Duas casas à direita, na mesma imagem, era a residência do médico Pedro Calau Mojola – que foi demolida para a construção da Galeria Bocchino.

À esquerda, o casarão térreo também deixou de existir para dar lugar a um posto de combustíveis. Posteriormente, o espaço abrigou a Foto Luiz e, por último, uma farmácia na esquina da rua São José. Ali também podemos ver a “Jardineira”, que era o transporte coletivo da época.

O veículo era propriedade do Italiano Étore Massagardi, pioneiro em Jundiaí nesta prestação de serviço. Estes são fragmentos importantes de nossa história, que considero um presente para nós e também para as futuras gerações!

Acima, vemos a foto do armazém do Francisco Eber, antes do prédio servir para armazenamento da Argos, em 1939. Chamava-se Casa Eber e a bomba de gasolina servia para abastecer automóveis e caminhões. Você comprava o combustível no armazém e abastecia!

Evolução

Já na década de 1940, começaram a surgir na cidade os primeiros postos de gasolina. Um dos primeiros ficava na esquina das ruas São José e Rangel Pestana (foto abaixo).

Há estabelecimentos que se estabeleceram na cidade no início da década e que estão firmes até hoje. O posto da avenida Dr. Cavalcante, na esquina com a rua Bartholomeu Lourenço, é um desses exemplos. A foto a seguir é da família Hoehne Herdade:

Nos anos 1950, temos como destaque o posto de gasolina na esquina das ruas Rangel Pestana e Padroeira – local onde hoje fica o Banco do Brasil. Essa, inclusive, é aquela imagem (Arquivo João Rossi) para a gente admirar e observar cada detalhe:

Notem o caminhão GMC, um Citroen, o Studebacker, uma jardineira, um casal à espera do atendente do posto de gasolina para verificar a água do motor (tinha que colocar água com frequência, naquela época) e uma adolescente, descendo calmamente a rua. Ao fundo, o prédio da Escola Normal – dirigido pela professora Ana Pinto Duarte Paes – que ficava na esquina da Barão de Jundiaí com a Padroeira.

Tudo, infelizmente, veio abaixo após a demolição sem nem pensar na preservação do patrimônio histórico para as futuras gerações. Fica, aqui, uma reflexão: será que não valeria mais o capital cultural do que o pecuniário?

Realeza

Em 1961, a inauguração do Auto Posto Realeza na rua Lima, 397, na Ponte São João, foi o primeiro posto de combustíveis da região que ia até o Caxambu. Fundado por José Paulrillo Machado, o estabelecimento foi inaugurado com grande festa, que contou com autoridades e jornalistas (Arquivo do Posto Realeza):

Posto localizado na rua Lima, na Vila Joana, era o único da região (Foto: Posto Realeza)
Autoridades municipais, religiosos e jornalistas estavam na inauguração

Em 1972, foi a vez da inauguração do Auto Posto Tecar (atual Posto Ipiranga), na avenida Antenor Soares Gandra. A foto abaixo é do arquivo de Carlos André Adriani Möhrle:

Espero que tenha gostado!

Tem alguma história interessante da cidade, um fato inusitado ou quer que falemos sobre algum assunto? Peço que ajude a preservar nossa história: envie fotos antigas e participe do grupo no Facebook.

Até semana que vem!

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Clube 28 de Setembro carrega histórias de resistência e luta contra a discriminação racial em Jundiaí

Até hoje, o Clube 28 é referência de entretenimento, recreação e um marco na história negra de Jundiaí e do Brasil.

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Foto de antiga entrada do Clube 28 de Setembro, em Jundiaí
O nome do clube foi dado em homenagem à Lei do Ventre Livre, instituída em 28 de setembro de 1871 (Fotos: Acervo Maurício Ferreira)

Quem passa pela área central de Jundiaí já deve ter reparado naquele toldo preto, com o número 28 em vermelho e a sigla CBCRJ: Esse é o Clube 28 de Setembro. O centro cultural foi inaugurado no dia 1º de janeiro de 1895, a partir da iniciativa de um grupo de ferroviários negros, que se uniram para fundar uma agremiação…

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Mário Milani, o craque jundiaiense que ia aos treinos pilotando um avião

Apesar do destaque em grandes clubes brasileiros, a carreira dele não é muito conhecida. Por isso, prestamos essa homenagem

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Mário Milani
Jundiaiense era considerado um grande profissional do futebol, além de contabilista e também aviador (Fotos: Acervo Maurício Ferreira)

O termo "voar em campo", muito usado nas resenhas do futebol, nunca serviu tão bem para contar a história desse jundiaiense que brilhou em muitos gramados com a camisa de alguns dos principais clubes brasileiros. Estamos falando de Mário Milani, jogador de futebol e contabilista que aprendeu a pilotar avião para não perder tempo nas viagens de trem entre Jundiaí…

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Pipoqueiros marcaram época em Jundiaí: você conhece algum deles?

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Pipoqueiro Caxambu
Pipoqueiro na estrada de terra, no bairro Caxambu, na década de 1960: parte da história de Jundiaí (Foto: Acervo Maurício Ferreira)

Algumas profissões ou determinados tipos de trabalho estão cada vez mais difíceis de serem vistos por aí, não é? Nos anos 1980, quem nunca aproveitou para amolar a faca ou afiar a tesoura quando ouvia aquele tilintar da bicicleta passando pela rua? Com a chegada da tecnologia, muitas dessas funções passaram a ser feitas pelas pessoas em casa, mesmo, graças…

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Meu amado avô Zeca: exemplo de cidadão a serviço da população

Era um homem com pouco estudo, muito trabalhador, detentor de espírito público e respeito pelo que pertencia ao povo

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zeca
Com meu avô e o primo Eduardo Massagardi (à direita) numa foto dos vários momentos juntos que passamos (Foto: Acervo Maurício Ferreira)

Nasci literalmente no interior da Prefeitura de Jundiaí, mais precisamente no Depósito Municipal que funcionou durante décadas na avenida Dr. Amadeu Ribeiro, no Anhangabaú, entre o Bolão e o Parque da Uva. Meu avô Zeca Ferreira e meu pai Ferreirinha (José Antônio) eram funcionários públicos e moravam nas casas da Prefeitura. Vim ao mundo, numa dessas moradias, pelas mãos de…

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Miro Jarinu foi dono de panificadora e vereador, mas se consagrou como vendedor de carros

Líder comunitário na Vila Hortolândia, comerciante se destacou na política e como vendedor de veículos

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Miro Jarinu
Miro acompanha obra que reivindicou na avenida João Meccatti, no final dos anos 1960 (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

Argemiro de Campos, o Miro Jarinu, nasceu em 1939. Filho de João Antônio e Maria do Carmo, ele sempre foi muito querido em toda Jundiaí por ser uma pessoa que exerce a plena cidadania. Em 1963, junto com o pai dele, João Antônio, e o irmão Geraldo, arrendou um bar na Vila Hortolândia e abriu a Panificadora Jarinu - uma…

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