Tinha uma igreja e um cemitério no meio da rua do Rosário
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Sextou com S de Saudade

Tinha uma igreja e um cemitério no meio da rua do Rosário

Uma das mais importantes da época, antiga capela se transformou até em matriz quando a catedral passava por reformas

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No meio da rua do Rosário, a igreja permaneceu até a década de 1920 (Foto: Acervo Professor Maurício Ferreira)

A história desta semana nos remete à demolição de uma das igrejas católicas mais importantes para os cristãos daquela época, na cidade. Era uma capela que ficava no Centro, mais especificamente no espaço entre o Gabinete de Leitura Ruy Barbosa e o estacionamento – que um dia foi a 2ª Companhia de Comunicações do Exército Brasileiro.

Sim! Ela estava bem no meio da rua do Rosário, mas ainda não vamos falar sobre isso. Voltaremos à história de fundação da capela que, numa das pesquisas feitas por João Borin, aponta registro nas “Cartas de Datas de Chãos e Quintais” – um documento datado de 1657 – de um eventual “lote reservado para a Casa de Misericórdia”. Ou seja, uma capela que cuidava dos pobres e doentes.

Ali era conhecido como os antigos “Largo do Pelourinho e Largo do Rosário” – a atual Praça Ruy Barbosa. Com o tempo, tornou-se a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito (chamada, na época, de Igreja dos Pretos). A construção era de taipa de pilão, coberta com telhas de barro e com pisos de madeira.

Uma das últimas fotos da igreja, antes da demolição (Foto: Acervo Maurício Ferreira/Janczur)

Era uma época em que não havia cemitérios em Jundiaí e os enterros aconteciam no interior da Igreja – essa ação perdurou até o período oitocentista. Um tempo depois, implantou-se um cemitério, justamente ao lado da Igreja do Rosário.

Importância

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito teve preponderância para a cidade. Ela, por exemplo, é possivelmente a capela mais antiga da cidade, além de ter se tornado Matriz sempre que a Matriz (catedral) Nossa Senhora do Desterro passava por reformas.

Na década de 1920, porém, a gestão do então prefeito Dr. Olavo de Queiroz Guimarães decidiu prolongar a então denominada rua do Rosário. A cidade passava por significativas reformas no centro e uma delas seria justamente o prolongamento.

Como a igreja estava bem no meio da obra, não houve outra solução: ela foi demolida e deu lugar à rua Major Sucupira – prolongamento da rua do Rosário. Houve, também, uma ação por conta dos corpos enterrados no interior da igreja.

No dia 15 de junho de 1922 foi expedido um aviso para o translado dos corpos direto para o cemitério local. A demolição aconteceu uma semana depois, quando a Igreja Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito veio ao chão.

Hoje pedestres e carros passam por aquele trecho sem saber, com certeza, que ali havia uma igreja e um cemitério. O texto desta semana teve a participação de Wilson Ricardo Mingorance, a quem agradeço profundamente.

E você? Tem alguma história interessante da cidade, um fato inusitado ou quer que falemos sobre algum assunto? Peço que ajude a preservar nossa história: envie fotos antigas e participe do grupo no Facebook.

Até semana que vem!

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Clube 28 de Setembro carrega histórias de resistência e luta contra a discriminação racial em Jundiaí

Até hoje, o Clube 28 é referência de entretenimento, recreação e um marco na história negra de Jundiaí e do Brasil.

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Foto de antiga entrada do Clube 28 de Setembro, em Jundiaí
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Mário Milani, o craque jundiaiense que ia aos treinos pilotando um avião

Apesar do destaque em grandes clubes brasileiros, a carreira dele não é muito conhecida. Por isso, prestamos essa homenagem

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Mário Milani
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Pipoqueiro Caxambu
Pipoqueiro na estrada de terra, no bairro Caxambu, na década de 1960: parte da história de Jundiaí (Foto: Acervo Maurício Ferreira)

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Na Jundiaí de 1930, bombas de gasolina ficavam nas esquinas

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Tempo em que se podia abastecer os carros e caminhões sem a necessidade de um posto de combustíveis (Foto: Acervo Maurício Ferreira)

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Era um homem com pouco estudo, muito trabalhador, detentor de espírito público e respeito pelo que pertencia ao povo

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Com meu avô e o primo Eduardo Massagardi (à direita) numa foto dos vários momentos juntos que passamos (Foto: Acervo Maurício Ferreira)

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