Bolsonaro continua agressivo e a vitima agora é o capitalismo
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Opinião

Bolsonaro continua agressivo e a vitima agora é o capitalismo

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Presidente Jair Bolsonaro
Foto: Agência Brasil

O Estado é essencial para a permanência do sistema de organização social da produção capitalista, inclusive para garantir a liberdade econômica. Em ambientes de negócios instáveis, a mão visível do governo pode melhorar os resultados do mercado, interferindo na economia. Dentre os aspectos mais relevantes da ciência econômica está a sua capacidade de fomentar instrumentos aos Estados, mais precisamente aos governos, para que avaliem a economia das sociedades, buscando a eficiência e a equidade.

Apesar da dificuldade de buscar os dois conceitos fundamentais para o desenvolvimento em um contexto no qual predomina o capitalismo, uma vez que suas bases estão assentadas na acumulação da riqueza, na propriedade privada e, dessa forma, na desigualdade entre os agentes. Não é necessário recorrer à história, pois nos primeiros anos do século XXI, foi o mercado sem intervenções que continua levando a sociedade ao caos econômico.

As falhas de mercado é uma referência à situação em que o mercado por si só não consegue alocar recursos eficientemente. O economista norte americano Gregory Mankiw, aponta que as imperfeiçoes são causadas na maioria das vezes por fatores como externalidades e concentração de poder econômico.

Nesse contexto o que tem chamado atenção nos últimos dias é a postura de submissão do Presidente Bolsonaro pedindo, ”favor,” aos donos de supermercados para baixar preços de produtos, como se o Estado brasileiro não tivesse instrumentos legais para agir em momentos graves. No caso dos preços de alimentos basta mudar a conduta radical do tal liberalismo econômico e adotar o estoque regulador estatal, prática legitima em qualquer país comprometido com a soberania da sociedade e o equilíbrio da economia.

O mais hilário desse comportamento do Chefe do Executivo, é acreditar na possiblidade dos empresários reduzirem suas margens de lucros sem contrapartidas, apenas para lhe agradar, ferindo os princípios da atividade capitalista. No entanto resiste em modificar a política de reajuste de preços dos combustíveis praticada pela Petrobrás, uma empresa de economia mista a qual o governo tem total autonomia. Saliento que a petrolífera é um dos vetores da escalada dos preços dos alimentos.

E se não bastasse tal informalidade, as quais insuflam a insegurança jurídica e assusta os investidores, o ministro da economia, com formação liberal comprou o pacote completo do bolivariano brasileiro, o capitão Bolsonaro e está prometendo congelar preços e reduzir lucros, a antítese mais absoluta que pode haver às leis do capitalismo. Nessa onda, não será surpresa se amanhã anunciar um tabelaço para os supermercados e convidar os brasileiros a sair fechando estabelecimentos que remarcarem preços.

Assim como fez o Coronel Hugo Chaves na Venezuela que escorou seu governo na agressividade aos poderes paralelos como estratégia de guerra para destruir o Estado Direito e impor um governo autoritário e temido. Os comandantes do país não estão preocupados com os indicadores sociais, econômicos, fiscais e ambientais, o que incomoda é a impossibilidade de reeleição e faz de tudo para romper as câmaras de ecos e propagar o ufanismo barato.

A mão do Estado está estendida para atender aos promotores de uma administração irresponsável que adota a informalidade e a agressividade como fundamentos de gestão pública, uma ofensa às funções básicas do estado em uma sociedade capitalista e democrática.

“Ser amado é bom, mas é preferível ser temido, o temor impede a revolta”. Nicolau Maquiavel filosofo italiano (1513)

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.

Opinião

Agência Moody’s confirma a recuperação da credibilidade da economia brasileira

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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As últimas décadas do século XX foram determinantes para a modelagem da ordem mundial vigente e a acumulação financeira condicionando à produtiva e dando origem a um tipo de capitalismo com menor dinamismo e maior instabilidade quando comparado ao sistema vigente no pós-guerra e, além disso, inverteu o sentido de determinação das crises que passaram a originar-se na órbita financeira…

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Planejar a cidade

Artigo por Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí

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Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí
Foto: Arquivo pessoal

Ao construirmos uma casa, necessitamos de planejamento e fundações sólidas. Assim também funciona com uma cidade: não há espaço para projetos desorientados, baseados em proposições meramente empíricas e desprovidas de sustentação orçamentária, sem unidade estratégica. O governador Mário Covas dizia que governar exige dizer sim, mas também dizer não. Acrescento que o que se diz, na prática, deve reverberar os…

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Os efeitos da escravidão promovida pelos colonizadores continuam impedindo o avanço da economia brasileira

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Foto: Canva

O Brasil em pleno século XXI ainda enfrenta distorções na economia e desigualdade social por causa do longo período escravocrata e pela maneira como ocorreu o processo de abolição. As deformações na economia brasileira foram criadas a partir do momento em que a escravidão foi mantida, pois era a base do sistema legal desprezando o capitalismo como sistema de organização…

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Opinião

Lula festeja o crescimento da economia e o povo ainda não

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Presidente Lula
Foto: José Cruz/Agência Brasil

As projeções para a economia brasileira são positivas e o governo aproveita para promover as suas conquistas dando publicidade para a posição do Brasil no ranking das maiores economias global, e com isso vai camuflando o problema endêmico da distribuição de rendas. O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024…

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Opinião

Elon Musk ataca a democracia no Brasil, tentando barrar a BYD e amenizar sua agonia

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Elon Musk
Foto: Reprodução/Youtube

O ambicioso, controverso, arrogante e polêmico bilionário sul africano Elon Musk, em uma entrevista à Bloomberg em 2011, caiu na gargalhada quando o repórter sugeriu a BYD como possível rival da gigante Tesla no setor de veículos elétricos. Musk respondeu com empáfia, perguntando se alguém já tinha visto um carro da marca chinesa, subestimando qualquer possibilidade de algum terráqueo superar…

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