Bolsonaro continua enganando com fantasias e obras de ficção
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Opinião

Bolsonaro continua enganando com fantasias e obras de ficção

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Presidente Bolsonaro
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Dia 21 de fevereiro a Bolsa de Valores de São Paulo começa com um pregão nervoso, após a intervenção teatral do presidente Jair Bolsonaro na Petrobras. Os papéis da empresa caíram mais de 15% na abertura dos mercados na expectativa da reunião do conselho de administração no dia seguinte. O mandatário brasileiro indicou para o cargo o general Joaquim Silva e Luna, ex-ministro da Defesa, em substituição ao economista Roberto Castello Branco, homem de confiança do Ministro da economia Paulo Guedes.

A interferência ocorreu depois da ameaça de greve de caminhoneiros, grupo base do bolsonarismo, por conta do aumento no preço do diesel. O presidente chegou a acusar que o Castelo Branco não tinha compromisso com o Brasil por nunca ter ajudado em nada. Afirmou que a preocupação era apenas ganhar dinheiro e que não havia justificativa para um aumento de 32% no preço do combustível já no corrente ano.

Segundo Bolsonaro a intromissão era necessária devido à covardia de alguns grupos que estavam se apropriando do petróleo e prejudicando o povo e a sua demonstração de insatisfação cegou a dizer que o então comandante da petrolífera era preguiçoso. Criou a expectativa e a realidade piorou, mas ganhou tempo para novas cenas.

No primeiro ano de governo as promessas eram tão divulgadas nas redes sociais e se realmente saíssem da ficção das peças publicitarias o Brasil se tornaria o paraíso e sem pecados. A turma do primeiro escalão do governo prometia gás de cozinha e energia elétrica a preços baixos e a fórmula mágica sempre a mentira da concorrência. Coisa impossível nesse setor, que por natureza a concentração ocorre em todos os mercados do mundo.

A sanha privatista levou Bolsonaro ao absurdo de condenar a empresa como um estorvo, pois segundo ele atrapalha o desenvolvimento do Brasil. Essa fala ocorreu diante de lideres do G20, os quais estariam muito satisfeitos com uma petrolífera no modelo da Petrobras. No entanto esse comportamento é típico de quem não gosta de assumir compromissos e sempre arruma justificativas para fugir dos desafios inerentes ao Cargo. 

Em ano de eleição a qual será dominada pela pauta econômica, assunto que o Presidente já diz publicamente que não domina e seu “posto Ipiranga” na prática ficou evidente que não passa de um aventureiro e fanfarrão. As badernas provocadas para desviar a atenção da sociedade para a realidade, não está surtindo efeitos, pois continuam batendo cabeça com a estatal de petróleo. No mês de abril, voltou a criar um fato novo, e com uma nova interferência trocou o comando da empresa, após fazer leilão para encontrar o substituto do general, chegando a nomear uma raposa que recusou o posto, para o qual foi colocada uma nova mosca. 

E continua o jogo da enganação dos seus eleitores, ao demitir o ministro de Minas e Energia tenta transmitir a ideia de que não concorda com a disparada nos preços do gás, da gasolina e do diesel. Em sua live semanal lançou mais uma lorota, ao dizer que estuda medidas legais contra a estatal, e já o culpado será o juiz que recusar a alegação da Antonieta tupiniquim. Bolsonaro não alterou a política de combustíveis, implantada em 2016, pelo seu consultor Michael Temer. Não altera a politica de paridades exatamente porque não é proposito em atender as demandas do país, algo demonstrado não somente nessa situação, mas em outras tantas já relatadas nessa coluna.

Engraçado e que Ele tem liberdade para gastar grana pública em seus passeios, é livre para sancionar verbas  e esconder para quem e pra que foram destinadas, tem autonomia para impor sigilo de cem anos em tudo que possa vir a ser contestado, autoriza a destruição da floresta e ainda grita quem manda sou Eu.

Mas, quando a sociedade exige ações que remetem “trabalhar” o falastrão, retruca que atrapalham a sua missão, atribuindo a governadores, imprensa, prefeitos, deputados e ministros da Suprema Corte a culpa pela ingerência. Está muito claro para a população, que o principal responsável pela disparada da inflação, turbulência cambial, escassez de credito e desemprego no Brasil é Jair Messias Bolsonaro e seus ministros e com a benção dos comerciantes da fé.

“Nenhum mentiroso tem uma memória suficientemente boa para ser um mentiroso de êxito”. Abraham Lincoln

Everton Araújo, brasileiro, economista e professor.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

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Lula festeja o crescimento da economia e o povo ainda não

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Presidente Lula
Foto: José Cruz/Agência Brasil

As projeções para a economia brasileira são positivas e o governo aproveita para promover as suas conquistas dando publicidade para a posição do Brasil no ranking das maiores economias global, e com isso vai camuflando o problema endêmico da distribuição de rendas. O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024…

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Opinião

Elon Musk ataca a democracia no Brasil, tentando barrar a BYD e amenizar sua agonia

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Elon Musk
Foto: Reprodução/Youtube

O ambicioso, controverso, arrogante e polêmico bilionário sul africano Elon Musk, em uma entrevista à Bloomberg em 2011, caiu na gargalhada quando o repórter sugeriu a BYD como possível rival da gigante Tesla no setor de veículos elétricos. Musk respondeu com empáfia, perguntando se alguém já tinha visto um carro da marca chinesa, subestimando qualquer possibilidade de algum terráqueo superar…

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Opinião

Decisão do STF sobre retroatividade de impostos agrava a insegurança jurídica

Artigo escrito por Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)

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Rafael Cervone é presidente do CIESP. Foto: CIESP/Divulgação

É absurda e danosa à economia a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a cobrança retroativa de impostos não recolhidos no passado em razão de sentenças judiciais definitivas ganhas pelas empresas. Estas terão de despender agora expressivo volume de dinheiro com uma inesperada despesa, para arcar com algo que a própria Justiça havia estabelecido como indevido. É uma…

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Opinião

‘Policiais são, talvez, os profissionais mais fiscalizados e não saem às ruas para cometer excessos’, diz especialista

Opinião de André Santos Pereira, Presidente da ADPESP, Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo

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Policiais Militares de SP
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O governo de São Paulo planeja lançar, até maio, um edital para a aquisição de 3.125 câmeras corporais portáteis para a Polícia Militar, visando incorporar tecnologias avançadas e melhorar a segurança pública. O anúncio vem após críticas direcionadas à Secretaria de Segurança Pública sobre possíveis abusos cometidos em operações da PM no litoral de SP. A Operação Verão terminou nesta…

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Opinião

A destruição criativa é o grande desafio para os gestores públicos e privados

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Foto: Canva Pro

São muitas as teorias para explicar, definir, entender, analisar, ensinar, antecipar e justificar os movimentos dos mercados. Porém nesse breve relato vou ousar em buscar nas leis da física uma reflexão para tais problemas. Isaac Newton físico inglês disse: “Todo corpo tende a permanecer em seu estado de repouso ou de movimento retilíneo e uniforme a menos que uma força…

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