Dr. Domingos Anastasio: a história de um homem que viveu para fazer o bem
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Dr. Domingos Anastasio: a história de um homem que viveu para fazer o bem

Para muitos, um mito. Para outros, era um homem santo por ter ajudado tantas pessoas

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morte Domingos Anastasio
Milhares de pessoas acompanham o cortejo pela rua do Rosário, em 1938 (Foto: Acervo Professor Maurício Ferreira)

Dr. Domingos Anastasio foi, para muitos, um mito. Para outros, era um homem santo por ter ajudado tantas pessoas. Além disso, foi um cidadão que abraçou nossa terra e fez dela sua Pátria. Foi um homem de bem , teve amor ao próximo, empatia, benevolência e honrou integralmente o juramento de Hipócrates. Até os dias de hoje, ele recebe a gratidão e o respeito do povo jundiaiense. E é exatamente por esses motivos que será homenageado na coluna desta semana.

Imagem inédita de Domingos Anastasio, que depois se transformou em bustos (Acervo: Professor Maurício Ferreira)

Nascido dia 30 de março de 1875, em Paola, província de Cosenza, na Itália, onde iniciou os estudos, formou-se médico em Roma, no ano de 1898. Em 1904, veio para o Rio de Janeiro e depois seguiu para Minas Gerais e São Paulo. Clinicou por um tempo em Campinas e mudou-se para Jundiaí em 1909, onde permaneceu juntamente com a esposa, Emília Michelina Ricci de Anastásio, até o fim da vida.

De terno branco, Domingos frequentava o Cassino Jundiaiense (Foto: Acervo Professor Maurício Ferreira)

Casa de Saúde

Após trabalhar por 14 anos no Hospital São Vicente de Paulo, ele se uniu aos imigrantes italianos para fundar a Fratellanza do Mútuo Socorro, entidade destinada à colônia italiana. Em 1924, o médico transformou a entidade em Casa de Saúde. Após a morte dele, o hospital passou a se chamar Casa de Saúde Dr. Domingos Anastasio.

Casa de Saúde, criada pelo médico italiano e por imigrantes (Foto: Acervo Professor Maurício Ferreira)

Dia 20 de julho de 1938 à 14h faleceu em decorrência de um AVC sofrido alguns dias antes , chamado de derramamento cerebral na época , durante os dias de agonia e sofrimento foi amparado por médicos de nossa cidade, Campinas e São Paulo onde depositaram todo os recursos da ciência médica disponível há 79 anos.

Os pobres de nossa cidade não acreditavam que havia falecido aquele médico italiano que atendia os menos favorecidos gratuitamente e que, muitas vezes, doava os medicamentos necessários ou entregava ao povo mais humilde valores em espécie, para que fizessem o tratamento da melhor forma possível.

Toda a sociedade jundiaiense ficou consternada e, não à toa, o funeral foi acompanhado por milhares de pessoas até o cemitério Nossa Senhora do Desterro.

Túmulo é visitado por muitas pessoas (Foto: Acervo Professor Maurício Ferreira)

Inúmeros telegramas da Itália chegaram à viúva, inclusive do Consul daquele País .A Escola Prof. Luiz Rosa suspendeu as aulas e, juntamente com outras instituições e comércios, hasteou a bandeira brasileira a meio-mastro.

Nunca se viu na cidade um número tão grande de coroas de flores dedicadas a ele: vinham de famílias tradicionais, como De Vecchi, Rappa, Giuntini, Bocchino, João Bourry, Kiss e Borin, mas também de tantas outras pessoas que fizeram questão de demonstrar o amor que sentiam pelo médico. A Argos Industrial parou a produção e liberou os empregados, que alegavam sequer conseguir trabalhar pela dor da perda.

No sepultamento, enquanto o caixão descia até o túmulo, o Dr. Clóvis de Sá Benevides fez questão de enaltecer a vida e a obra do médico em benefício da humanidade. Essa foi a cena que muitos guardam até hoje na memória.

E aí, gostou da história desta semana?

Espero que tenha gostado e agradeço por nos acompanhar nessa viagem no tempo. Peço que ajude a preservar nossa história: envie fotos antigas e participe do grupo no Facebook.

Até a próxima!

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Clube 28 de Setembro carrega histórias de resistência e luta contra a discriminação racial em Jundiaí

Até hoje, o Clube 28 é referência de entretenimento, recreação e um marco na história negra de Jundiaí e do Brasil.

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Foto de antiga entrada do Clube 28 de Setembro, em Jundiaí
O nome do clube foi dado em homenagem à Lei do Ventre Livre, instituída em 28 de setembro de 1871 (Fotos: Acervo Maurício Ferreira)

Quem passa pela área central de Jundiaí já deve ter reparado naquele toldo preto, com o número 28 em vermelho e a sigla CBCRJ: Esse é o Clube 28 de Setembro. O centro cultural foi inaugurado no dia 1º de janeiro de 1895, a partir da iniciativa de um grupo de ferroviários negros, que se uniram para fundar uma agremiação…

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Mário Milani, o craque jundiaiense que ia aos treinos pilotando um avião

Apesar do destaque em grandes clubes brasileiros, a carreira dele não é muito conhecida. Por isso, prestamos essa homenagem

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Mário Milani
Jundiaiense era considerado um grande profissional do futebol, além de contabilista e também aviador (Fotos: Acervo Maurício Ferreira)

O termo "voar em campo", muito usado nas resenhas do futebol, nunca serviu tão bem para contar a história desse jundiaiense que brilhou em muitos gramados com a camisa de alguns dos principais clubes brasileiros. Estamos falando de Mário Milani, jogador de futebol e contabilista que aprendeu a pilotar avião para não perder tempo nas viagens de trem entre Jundiaí…

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Pipoqueiros marcaram época em Jundiaí: você conhece algum deles?

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Pipoqueiro Caxambu
Pipoqueiro na estrada de terra, no bairro Caxambu, na década de 1960: parte da história de Jundiaí (Foto: Acervo Maurício Ferreira)

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Na Jundiaí de 1930, bombas de gasolina ficavam nas esquinas

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Tempo em que se podia abastecer os carros e caminhões sem a necessidade de um posto de combustíveis (Foto: Acervo Maurício Ferreira)

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Meu amado avô Zeca: exemplo de cidadão a serviço da população

Era um homem com pouco estudo, muito trabalhador, detentor de espírito público e respeito pelo que pertencia ao povo

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Com meu avô e o primo Eduardo Massagardi (à direita) numa foto dos vários momentos juntos que passamos (Foto: Acervo Maurício Ferreira)

Nasci literalmente no interior da Prefeitura de Jundiaí, mais precisamente no Depósito Municipal que funcionou durante décadas na avenida Dr. Amadeu Ribeiro, no Anhangabaú, entre o Bolão e o Parque da Uva. Meu avô Zeca Ferreira e meu pai Ferreirinha (José Antônio) eram funcionários públicos e moravam nas casas da Prefeitura. Vim ao mundo, numa dessas moradias, pelas mãos de…

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