Transporte escolar
Deu pano para manga o tema “transporte escolar” na sessão desta terça (15), na Câmara Municipal de Jundiaí. Até a aprovação do projeto de lei da Prefeitura, que regulamenta o serviço na cidade, tudo às mil maravilhas. Assim que Douglas Medeiros (PSDB) anunciou o pedido de urgência para uma proposta dele, de Rogério Ricardo da Silva (DEM) e de Adilson Juninho (PP), o clima esquentou. Apesar de toda a discussão, a iniciativa foi aprovada por 12 votos.
Transporte escolar: round 2
Douglas defendeu que o assunto já estava em debate e que havia necessidade de discussão da iniciativa, uma vez que a categoria foi muito afetada pela situação da Covid. O projeto, porém, é inconstitucional e fez voltar o “fantasma” da polêmica sobre tornar essenciais tanto o comércio local quanto as igrejas e templos religiosos. O caso foi parar no Ministério Público e a iniciativa acabou vetada.
Transporte escolar: round 3
No calor do debate, duas discussões exemplificaram bem a combustão criada. A primeira foi entre dois companheiros de bancada: Rogério Ricardo da Silva e José Antônio Kachan Junior, ambos do DEM. “Conversei com o Moacir (Biazim, presidente do sindicato da categoria) agora e ele é contra o projeto. Acabei de falar com ele, aqui. Fizeram o projeto, mas não falaram com o presidente do sindicato. Precisamos ter um diálogo maior”, avisou Kachan.
Transporte escolar: round 4
Rogério rebateu a fala de Kachan Junior: “Tem gente que diz que a Câmara é um puxadinho da Prefeitura… agora, vamos ser um puxadinho do sindicato, também? Esse projeto está tramitando há tempos, se o presidente não está sabendo ele pode pesquisar, está no portal. Estou achando incrível essa polêmica toda, o sindicato está dividido. Fizemos reunião com vários transportadores e ele não foi, agora temos de dar ciência ao sindicato do que estamos fazendo aqui?”.
Transporte escolar: round 5
A fala deixou Kachan transtornado: “Moacir é o presidente, tem de ser respeitado. Vamos somar força, não faço parte de grupo e nem nada. Para não iludir os transportadores, o projeto é inconstitucional e vai voltar com veto. Na minha vida sempre existiu ética e transparência. Não faço puxadinho”. Rogério voltou a defender a votação do projeto e Kachan Junior, fora do microfone, esbravejou. “Dá para o senhor ficar quietinho, agora, que eu deixei o senhor falar!”, atacou Rogério.
Transporte escolar: round 6
Com os ânimos controlados, foi a vez de Douglas Medeiros e Adilson Juninho se estranharem. Mesmo sendo autor da proposta, Juninho defendeu que o projeto fosse discutido e melhorado, devido à inconstitucionalidade. “Não fiquei satisfeito porque era um projeto que precisava ser melhorado para ter maior efetividade. Votei favorável porque é um projeto meu, mas voltando com o veto nós teremos de mantê-lo”, disse.
Transporte escolar: round 7
“Fizemos o projeto eu e o vereador Rogério, mas o senhor também colocou seu nome e agora está sendo contrário. Eu lamento”, alfinetou Douglas. O presidente Faouaz Taha (PSDB) explicou posteriormente que após a apresentação do projeto e a constatação da inconstitucionalidade, o prazo para contestação expirou. Nesse meio tempo, Juninho apresentou proposta semelhante e, como tratavam do mesmo tema, os três – Douglas, Rogério e Juninho – passaram a ser autores da proposta.
Mercado de Peixe
Val Freitas (PSC) comentou que ouviu de outro vereador que a sessão de hoje (15) parecia um “mercado de peixe”. Ele pediu mais consciência dos parlamentares. “Pode chamar mais a atenção, senhor presidente, para sermos mais produtivos. Já fizemos reunião sobre isso, já tratamos e não pode um vereador se dirigir diretamente a outro, tem de se reportar à presidência”.
Mercado de Peixe 2
Faouaz concordou: “Os vereadores têm de colaborar, importante esse registro para que todos se ajudem, para que não tenha que cortar a fala de ninguém, porque acredito que não haja necessidade para isso. Basta respeitar o regimento”, lembrou.
Audiência
No próximo dia 21 (segunda), às 9h, a Câmara recebe a audiência pública do Iprejun (Instituto de Previdência de Jundiaí). O objetivo é prestar contas à Comissão de Saúde, Assistência Social e Previdência dos resultados da Política de Investimentos e a Avaliação Atuarial do exercício 2020. Fechada ao público devido à pandemia, a audiência pode ser acompanhada pelos canais oficiais.
Vila Liberdade
A vereadora Quézia de Lucca (PL) falou sobre a obra de construção de um ginásio poliesportivo onde funciona hoje o centro esportivo Antônio Ovídeo Bueno, na Vila Liberdade. Alguns moradores não querem que as árvores existentes na praça sejam removidas. Dois abaixo-assinados teriam sido feitos, um pedindo que a praça seja mantida da maneira como está e outro apoiando as intervenções contidas no projeto.
Vila Liberdade 2
“Essa gestão está executando algo que começou lá atrás, não é de agora. Fui administrador daquele espaço, havia reclamação de lixo, sujeira e abandono naquele espaço. A maioria que é contra não mora lá. Recebi ligações de moradores de lá pedindo para fazer essa revitalização. É mais qualidade de vida, haverá compensação ambiental e um novo ginásio para aquela região”, comentou Faouaz Taha (PSDB), que já foi administrador do centro esportivo da Vila Liberdade.
Vila Liberdade 3
A obra dividiu opiniões no plenário. “Faltou mais diálogo com os moradores para chegar a uma conclusão. Tem o lado sentimental e humano, uma mulher chorou e eu chorei junto, quando contou sobre a história daquelas árvores”, disse Kachan. “Se precisar tirar uma árvore, plantem 10. Precisamos preservar o meio ambiente, mas também é necessário coerência. As obras vão proporcionar qualidade de vida à população”, disse Val. “Nosso planeta cada dia está pior e a preservação fica para o plano B. Alguns moradores me ligaram, também, não tinha conhecimento do projeto. Importante os abaixo-assinados para que tenhamos um posicionamento”, frisou Edicarlos Vieira (PP).
Bolsonaro
No meio das discussões a respeito do município, Madson Henrique (PSC) pediu a palavra para parabenizar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela motociata realizada no final de semana, em São Paulo. Romildo (PL) rebateu lembrando os mortos pela Covid e a alta do botijão de gás, que “afeta a mesa do trabalhador brasileiro”. Faouaz pediu que os vereadores se atentassem à pauta, não se envolvessem em polêmicas para que os projetos pudessem ser votados.
Atraso
Sessão começou com 48 minutos de atraso, justificados pelo presidente Faouaz Taha (PSDB) por conta de reuniões com os vereadores para tratar de assuntos pertinentes à pauta.